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Empresas do mundo inteiro iniciam cruzada contra o plástico

Se existe um tema que o mundo está discutindo a respeito de resíduos sólidos em 2018, com certeza é o uso do plástico.  Várias empresas multinacionais estão repensando o uso do material em seus processos produtivos, ao mesmo tempo a lei vem fechando o cerco em muitos lugares contra objetos como canudos e copos.

Recentemente, a Lego, gigante dinamarquesa da indústria de brinquedos, anunciou que está tentando remodelar o seu produto mais famoso — a empresa visa se tornar independente do plástico, buscando produzir os seus brinquedos inteiramente com materiais biodegradáveis ou recicláveis, até 2030.

Ao mesmo tempo, a americana Pepsico uniu-se às europeias Danone e Nestlé Waters em seu projeto para desenvolver garrafas de plástico 100% biodegradável, feito inteiramente com matéria-prima vegetal sustentável.

A discussão tomou conta do meio empresarial e chegou à imprensa. A revista Exame destacou em uma das suas últimas edições diversas iniciativas sustentáveis que estão ganhando o mundo. O Real Madrid, maior clube de futebol do planeta, anunciou para a próxima temporada um uniforme todo feito de plástico reciclado. O mesmo material foi usado pela Juventus na Itália, que também conta com a Adidas como fornecedora.

Nos Estados Unidos, a rede de cafeterias Starbucks pretende eliminar o uso de canudos plásticos nos próximos dois anos, enquanto a Coca-Cola quer chegar à fatia de 30% em embalagens retornáveis.

A reportagem menciona ainda que todos os anos 8 milhões de toneladas de plástico chegam aos oceanos, 32% de todo o volume de embalagens plásticas colocado no mercado mundial. Se nada for feito, frisa-se, a produção deverá dobrar, puxada pelo aumento de consumo de países como a China.

De acordo com o consultor de Sustentabilidade do SELUR, Carlos Rossin, este movimento mundial contra o plástico é consequência da decisão da própria China, tomada no início do ano, de restringir a importação de material reciclável de outros países. Metade deste material gerado no mundo tinha como destino à Ásia, o que fez com que diversos países, principalmente da Europa, criassem matrizes voltadas para exportação.

“A iniciativa de reduzir a geração é válida, mas pode desviar o verdadeiro foco do problema. Se hoje vemos grandes ilhas de plástico boiando nos oceanos, é porque não existe a gestão adequada destes resíduos”, destaca Rossin.