Logística reversa é tema de debate
Durante o Seminário Internacional de Resíduos Sólidos, diversos especialistas demonstraram preocupação com temas como a logística reversa e a reciclagem no Brasil. Todos concordaram que a falta de viabilidade econômica e de organização da demanda constituem desafios para o país progredir neste campo.
O painel sobre reciclagem e logística reversa foi protagonizado pela diretora de assuntos técnicos e regulatórios da NWRA, Anne Germain, que compartilhou a experiência norte-americana. O diretor de sustentabilidade do SELURB, Carlos Rossin, mediou os debates.
A diretora-presidente da Companhia Ambiental de São Paulo – CETESB, Patrícia Iglecias, lembrou que a logística reversa é um processo que independe do que os municípios já fazem hoje em relação à gestão de seus resíduos. “Ainda apostamos muito na coleta seletiva, mesmo havendo outros métodos para garantir a correta destinação e gestão dos resíduos”. Ela lembrou que, segundo o Ibope, o brasileiro ainda possui um baixo conhecimento sobre reciclagem.
Já para a representante da Associação Brasileira das Indústrias de Vidro – ABVIDRO, Ana Paula Bernardes, o que precisa ser priorizado na questão da reciclagem é a viabilidade econômica da do processo, tanto em função do volume quanto das distâncias e modais logísticos, de modo a possibilitar o reaproveitamento pela indústria. “Num país com 3.000 lixões, a reciclagem já é uma maneira desesperada de se tentar lidar com o volume de material descartado irregularmente”.
A sustentabilidade econômica da logística reversa foi o ponto destacado por Fabrício Soler, da Felsberg Advogados. “Se já não bastassem os inúmeros problemas de infraestrutura existentes no Brasil, ainda há uma tributação em cima do material reciclado”, lembrou.